sexta-feira, 28 de junho de 2013

tão longe: 

o meu coração pulsa na neblina de inverno. o tempo me empresa a doce melancolia, leve, de estar levitando no espaço - explosivo - que me contorna. as minhas dúvidas são infinitas e o meu corpo dança, querido, o meu corpo espiritualiza a carne que queima que arde a procura de um estado abstrato para descansar, de um respirar vulcânico ao humanizar todos os meus olhares pro mundo, eu penso e analiso não a forma, mas o que esconde o céu que cai no meu peito e chora e jorra e sangra o suave lunar amor do universo 

querido, não se apavore, o meu estado in-sanidade vem de dentro, é que eu na maior parte do tempo quero viver às avessas, quero ser pro céu a todo momento, quero transmitir essência a cada instante, quero ser delírio no teu beijo, no meu ser só, no querer que não me cabe, na erupção de tudo que vive em mim, na minha nudez amena e sufocante, no meu grito intercalado de inquietação, na minha voz a procura de um poema que me tire a pele, no som que não termina nos ouvidos, no toque que que exploda o meu ser, que me arda, que me olhe bem no fundo e me tire as algemas que prendem ao tangível 

querido, eu fui feita para recitar-te um poema virada pro céu em tom menor de quem não tem pressa em desnudar a alma, mas que devora, queima o que é puro e livre, o que é isento de sanidade 

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