sábado, 22 de fevereiro de 2014

Minhas asas falhas

Poetizar o nosso cotidiano, estrelar a nossa própria história, fazer parecer ser mais bela e mais bonita a nossa vida miserável, isso é mais difícil do que parece.
Não é tão fácil fazer o preto voltar a ser arco-iris, não é tão simples fazer o abismo cheio de corpos se tornar um ponto bonito pra se observar o por-do-sol, não é tão natural fazer surgir palavras bonitas sobre a nossa dor.
Só sentindo dá pra se saber o que as palavras nunca vão conseguir expressar completamente, é a mesma coisa que eu te dizer que aquela flor é laranja, você não a viu e por foto ela pode se confundir com amarelo.
Mas mesmo sendo tão falha nessa missão que me foi dada de relatar meus sentimentos e momentos eu continuo, porque dói muito mais guardar por ser horrendo do que expressar sem sucesso o terremoto interno, por isso sigo errando as palavras e a concordância, porque essas são minhas  asas, e passarinho que não voa, morre.

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