Hoje está quente, mais que o normal.
O corpo pede por menos roupa, a garganta por água, o cérebro.. Por um fim.
Largada na cama morna, semi nua, olhando os poucos raios que insistem em atingir meus olhos, me sinto ainda pior.
Eu, antes tão correta, estou aqui, tão errada.
A garota inocente e pura, hoje só anseia por mais um cigarro e por alguma companhia.
Quem eu fui já se foi, morreu. Aquela garota de um ano atrás, está á milhas debaixo da terra.
O que me restou de um ano atrás foi um olhar vazio, um coração pesado, um cérebro viciado, um corpo em decomposição.
Esta, que aqui vos fala, é uma morta viva: alma morta, corpo que insiste em viver.
Me pergunto sempre o por que de ainda estar aqui... Fico sem respostas.
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